As causas são genéticas, mas os sintomas podem ser desencadeados pelo estilo de vida
Segundo a
Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), cerca de 30 milhões de brasileiros
sofrem de enxaqueca e, dentre esses, 75% são mulheres. "Muitas podem ser
as causas da enxaqueca, desde problemas tensionais, normalmente associados ao
estresse, até resultantes de tumores, aneurismas, medicamentos fortes e até
ressaca", ensina a especialista.
Quem sofre
com a dor insuportável sabe o quanto é difícil ficar simplesmente esperando que
ela passe. Mas, para além dos vários tratamentos para o problema, existem alguns
hábitos que quem quer se livrar de vez da enxaqueca, deve abandonar. Confira a
lista abaixo:
Abuso de
analgésicos
Quem abusa de
analgésicos para se livrar da dor, ou seja, toma mais de um comprimido por
semana corre o risco de alimentar a própria dor. "O analgésico bloqueia
todos os mecanismos de defesa natural para combate da dor de cabeça. O uso
prolongado e indiscriminado desse tipo de medicamento faz com que o corpo fique
dependente do medicamento", explica a neurologista Claudia Klein,
especialista.
Em outras
palavras, o organismo fica viciado a tal ponto que passa a "produzir"
a dor para que o analgésico precise agir. Além disso, o analgésico também
impede a produção de serotonina, hormônio neurotransmissor responsável pela
sensação de bem-estar e relaxamento, agravando a dor depois de certo tempo.
"Muitas pessoas costumam tomar o analgésico ao menor sinal de dor e,
assim, esquecem de tratar o problema. É preciso buscar tratamentos reais com
medicação indicada o médico especialista", aconselha Claudia Klein.
Má
alimentação
De acordo com
a neurologista, alguns alimentos devem ser evitados por quem sofre de
enxaqueca, como, por exemplo, o aspartame, condimentados, leite e derivados,
alimentos cítricos, chocolate e café. "Esses alimentos contêm substâncias
que interagem com a bioquímica cerebral do organismo, alterando a ação de
determinadas enzimas e diminuindo a quantidade de serotonina, hormônio ligado à
enxaqueca", explica Claudia Klein. Além disso, a especialista afirma que
pior do que o consumo desses alimentos, é ficar em jejum por tempo prolongado -
mais de 4 horas sem comer - ou ter uma alimentação baseada em frituras e doces,
por isso, ter um cardápio equilibrado e controlado é uma ótima medida preventiva.
Tabagismo
Que fumar é
uma bomba para o organismo, todo mundo já sabe. A novidade é que, além de todos
os males, a nicotina ainda é associada à alteração da circulação sanguínea e
enrijecimento dos vasos sanguíneos, o que, segunda a neurologista Claudia
Klein, também pode acabar provocando a enxaqueca. Além disso, um recente estudo
norueguês publicado pela revista médica Neurology avaliou seis mil estudantes e
descobriu que o tabagismo, associado ao sobrepeso e ao sedentarismo, triplica
as chances de jovens desenvolverem enxaqueca. Os autores disseram não ter
ficado claro se esses fatores do estilo de vida provocam a cefaleia ou se eles
agem mais como desencadeadores em jovens já vulneráveis. Pelo sim, pelo não, é
melhor prevenir e ficar longe do cigarro.
Ser
sedentário
Um dos
grandes males da população, o sedentarismo afeta em muitos aspectos a qualidade
de vida. Além de contribuir para o surgimento de obesidade, hipertensão,
diabetes e problemas cardíacos, o sedentarismo é uma porta aberta para a
enxaqueca.
Uma pesquisa
conduzida na Suécia demonstrou que pessoas que se envolvem em um programa de
atividades aeróbicas apresentam queda significativa na frequência e intensidade
das dores de cabeça crônicas e enxaqueca. O programa de treinamento aplicado na
pesquisa consistia em treino de 40 minutos de bicicleta ergométrica praticada
três vezes por semana.
"A
pessoa que sofre de enxaqueca já tem uma produção baixa de serotonina, e os
exercícios físicos estimulam a produção desse hormônio. Se a pessoa não fizer
nenhum tipo de atividade que compense essa baixa, vai ser difícil reverter o
quadro", explica a neurologista Claudia Klein.
Consumir
álcool
Como a
enxaqueca é um problema de origem vascular, cuja dor é provocada pela contração
e dilatação dos vasos sanguíneos, o consumo de bebidas alcoólicas pode ser uma
opção ruim para quem lida com o problema. A especialista Claudia Klein explica:
"As bebidas alcoólicas quando ingeridas em excesso provocam dilatação dos
vasos do corpo e do cérebro, o que acaba acentuando o incômodo da
enxaqueca."
Se render
ao estresse
Tudo o que
gera estresse e desequilíbrio para o organismo pode agravar a enxaqueca de quem
já tem predisposição. Trabalho em excesso, ficar sem comer por muito tempo,
nervosismo, insônia ou dormir pouco, chateação e outros problemas emocionais
podem ser uma porta aberta para a dor incômoda. Quem sofre com os dramas do
estresse, deve procurar tratamento. Buscar métodos, como massagem e acupuntura,
e dar mais valor ao momentos de lazer e relaxamento são atitudes importantes.
"A acupuntura é bem eficiente, pois provoca microestímulos que ajudam o
corpo a recuperar o equilíbrio de forma natural", garante a neurologista
Claudia Klein.
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